terça-feira, 10 de agosto de 2010

Quando a tristeza requenta café no fogão da sua casa.

O Sol tenta entrar sorrateiro pela janela do quarto, porém encontra resistência nas cortinas negras que resguardam a vontade de permanecer no escuro. Um novo dia se anuncia, mas o desejo de continuar eternamente na noite anterior, remoendo angústias passadas, é mais forte do que a necessidade fisiológica de visitar o toalete. Nesse ínterim, a bexiga reclama da negligência alimentada pelo descaso. Paciência. Um pouco depois, a sensação se torna insuportável, e uma ida ao banheiro se torna inevitável. Tudo ‘ável’. Assim como a insônia irritável, a fome incansável, o sabor descartável do café requentado no fogão velho, cheirando a borra.

Café este, reciclado por obra de dores cíclicas, simboliza a intimidade tristonha com o vazio dos cômodos, o pó dos livros não mais abertos, meros enfeites para ninguém, exceto o próprio vazio. O sabor da cafeína desgastada é o sabor amargo das angústias, irmãos de parto a fórceps, desfigurados pelas circunstancias.

A noite volta depois do monólogo prolixo da solidão, acobertando as olheiras de um dia insone. Espera-se que ela nunca se vá, morfina negra de uma alma perdida. Mas as estrelas piscam mensagens codificadas de esperança...

Um tempo atrás...

...eu havia comentado que esperava voltar aqui para elogiar as escolhas da organização do FIB para a tenda alternativa. Pois bem, digamos que faltou ousadia. O Círculo, que já tocou em edições anteriores, está de volta e é o principal nome, junto com figuras conhecidas do público local, como Chirlei Dutra (e banda), Kessller (& banda), Allison Menezes & a Catrupia, Os Barcos... Acrescentem aí os DJ’s e Rio Vermelho, da qual desconheço o trabalho.

Não está ruim, mas poderia ser mais... ousado.