Esses dias o Keke estava aqui comentando sobre a visita do Gilberto Gil a Jequié, quando o artista rebateu as críticas de alguns evangélicos contra a temática do São João da cidade, o slogan da festa fez menção a uma entidade do candomblé. Misturar festa junina com homenagem ao candomblé não chega a ser mistura de religião, porque as festas juninas da maneira que são comemoradas não tem nenhum relacionamento com religião (o São João é católico só no nome, de resto a festa é totalmente mundana). Ficou o episódio como prova de que a imagem da Bahia como o estado do sincretismo religioso por excelência é jogada de marketing, assim como muita coisa no Brasil, cartaz para turista ver.
No dia 30 de junho, mais uma vez, tivemos a oportunidade de testemunhar a mentalidade retrógrada e preconceituosa do povo (baiano, brasileiro, terráqueo): um candidato a deputado federal foi barrado por seguranças no TRE da Bahia porque trajava um adereço de candomblé. O candidato estava no tribunal para consultar a prestação de contas da campanha e foi impedido de entrar no prédio. Detalhe: ele é negro. O candidato, do PRP, fez uma representação contra o TRE/BA na Comissão de direitos humanos da Assembléia legislativa alegando discriminação racial e religiosa.
Depois do caso entornado, lógico, o Tribunal voltou atrás e disse que foi tudo um mal entendido.
Questiono os regulamentos de vestuário dos tribunais. Impor padrões de vestuário é um ato discriminatório sim, além de limitante e excludente. Então, só quem é capaz de defender os próprios interesses e os interesses coletivos são pessoas que tem dinheiro para comprar sapatos, ternos, gravatas? Os cidadãos de pés no chão são burros demais para ir aos tribunais? (Equação: preto+macumbeiro+pobre= marginal). A Justiça exclui não só a diversidade cultural, também exclui os cidadãos das classes menos privilegiadas.
O cidadão não pode registrar os filhos porque não tem calças compridas para entrar no fórum. Consultar os búzios e assistir os afoxés faz parte da nossa cultura (elevadíssima cultura, viva a diversidade!), mas os cultos africanos são bem vistos só durante o carnaval, da quarta feira de cinza em diante eles que se vistam como todo mundo.
Não vamos esquecer que os piores calhordas deste país usam ternos de grife e respondem por “doutor” e “excelência”, e são eles próprios que inventam regras idiotas sobre como as pessoas devem se vestir para ter acesso a espaços onde por direito todos deveriam ser iguais.
E assim seguimos, preconceituosos e hipócritas.
No dia 30 de junho, mais uma vez, tivemos a oportunidade de testemunhar a mentalidade retrógrada e preconceituosa do povo (baiano, brasileiro, terráqueo): um candidato a deputado federal foi barrado por seguranças no TRE da Bahia porque trajava um adereço de candomblé. O candidato estava no tribunal para consultar a prestação de contas da campanha e foi impedido de entrar no prédio. Detalhe: ele é negro. O candidato, do PRP, fez uma representação contra o TRE/BA na Comissão de direitos humanos da Assembléia legislativa alegando discriminação racial e religiosa.
Depois do caso entornado, lógico, o Tribunal voltou atrás e disse que foi tudo um mal entendido.
Questiono os regulamentos de vestuário dos tribunais. Impor padrões de vestuário é um ato discriminatório sim, além de limitante e excludente. Então, só quem é capaz de defender os próprios interesses e os interesses coletivos são pessoas que tem dinheiro para comprar sapatos, ternos, gravatas? Os cidadãos de pés no chão são burros demais para ir aos tribunais? (Equação: preto+macumbeiro+pobre= marginal). A Justiça exclui não só a diversidade cultural, também exclui os cidadãos das classes menos privilegiadas.
O cidadão não pode registrar os filhos porque não tem calças compridas para entrar no fórum. Consultar os búzios e assistir os afoxés faz parte da nossa cultura (elevadíssima cultura, viva a diversidade!), mas os cultos africanos são bem vistos só durante o carnaval, da quarta feira de cinza em diante eles que se vistam como todo mundo.
Não vamos esquecer que os piores calhordas deste país usam ternos de grife e respondem por “doutor” e “excelência”, e são eles próprios que inventam regras idiotas sobre como as pessoas devem se vestir para ter acesso a espaços onde por direito todos deveriam ser iguais.
E assim seguimos, preconceituosos e hipócritas.
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