...o maior desastre ambiental da história americana. Dia 20 de abril, a plataforma de exploração Deepwater Horizon, de propriedade da petrolífera britânica BP, explodiu e afundou, matando 11 funcionários.
O que se viu desde então foram tentativas frustradas de conter um vazamento monstro de petróleo cru para as águas do Golfo do México, região com ecossistemas extremamente comprometidos devido à intensa exploração petroleira, que perdura por décadas.
Milhões de barris já escaparam para o mar, deixando uma gigantesca mancha negra de centenas de quilômetros de extensão, visível para qualquer um que olhe das janelas dos aviões que sobrevoam a área, isso se o tempo estiver bom. Por falar em tempo, a temporada dos furacões está começando, o que só complicará os trabalhos para conter o vazamento, que hoje está estimado entre 35 e 60 mil barris por dia. O acidente com o petroleiro Valdez, da Exxon, parece diminuto diante das proporções colossais que este episódio assumiu.
A proprietária da famigerada plataforma, a British Petroleum (BP), é um dos quatro grandes conglomerados da indústria petrolífera mundial (os outros são a ExxonMobil, Shell e Chevron). Apesar de anunciar recentemente que os gastos para conter os estragos já chegaram a 1,6 bilhão de dólares, os resultados das medidas adotadas são claramente insuficientes para resolver o problema. Congressistas acusam a empresa de negligência com aspectos de segurança (o que não é nenhuma surpresa), e o presidente Barack Obama decretou preventivamente uma moratória de seis meses (que foi cassada na justiça, e no momento encontra-se indefinida) impedindo a exploração de petróleo em águas profundas (o local do vazamento fica a 1500 metros de profundidade). Especula-se que acidentes de natureza semelhante possam ocorrer, uma vez que as medidas de segurança adotadas pelas petrolíferas não parecem assim tão confiáveis.
Os danos ambientais são incalculáveis. Os prejuízos econômicos soam como uma ferida incômoda em um corpo ainda convalescente dos efeitos da crise econômica, doença grave que afetou a saúde de países do mundo inteiro. E os EUA ainda se preocupam com sua situação energética, já que o petróleo (ainda) é uma das fontes de energia mais importantes do país, portanto uma diminuição da produção não interessa a ninguém.
A imprensa, que cobriu exaustivamente os desdobramentos do acidente no primeiro mês, passou a praticamente ignorar a existência de um contínuo vazamento de petróleo no mar, exceção feita a imprensa norte-americana, por motivos óbvios. Os holofotes estão todos voltados para a Copa do Mundo, este acontecimento mundial extremamente importante para os rumos de nossas vidas. Mais equilíbrio na elaboração das pautas, e nas escolhas do que é importante para o público não faria mal a ninguém, nem aos bolsos das empresas jornalísticas.
Para encerrar o post, uma demonstração de pessoas que queriam fazer algo pelo bem do meio ambiente:
Este show foi realizado em 1990, alguns meses após a catástrofe com o petroleiro Exxon Valdez. A banda no vídeo - O Midnight Oil – estacionou o caminhão na frente da sede da empresa em Nova York, para realizar um show protesto. Peter Garrett (ativista do Greenpeace) & Cia tocaram para uma pequena multidão que se aglomerou curiosa. Tempos depois a banda se dissolveu, e o líder Peter Garrett se elegeu deputado pelo partido verde australiano, estendendo o seu ativismo para as fileiras do Congresso.
“Now I'm trapped like a dog in a cage
Wherever the truth is pursued
It must be the curse of the age
What's taken is never renewed”
“Agora estou aprisionado como um cão em um canil
Sempre a verdade é perseguida
Isto deve ser a maldição dos tempos
O que está sendo tomado não será renovado”
O que se viu desde então foram tentativas frustradas de conter um vazamento monstro de petróleo cru para as águas do Golfo do México, região com ecossistemas extremamente comprometidos devido à intensa exploração petroleira, que perdura por décadas.
Milhões de barris já escaparam para o mar, deixando uma gigantesca mancha negra de centenas de quilômetros de extensão, visível para qualquer um que olhe das janelas dos aviões que sobrevoam a área, isso se o tempo estiver bom. Por falar em tempo, a temporada dos furacões está começando, o que só complicará os trabalhos para conter o vazamento, que hoje está estimado entre 35 e 60 mil barris por dia. O acidente com o petroleiro Valdez, da Exxon, parece diminuto diante das proporções colossais que este episódio assumiu.
A proprietária da famigerada plataforma, a British Petroleum (BP), é um dos quatro grandes conglomerados da indústria petrolífera mundial (os outros são a ExxonMobil, Shell e Chevron). Apesar de anunciar recentemente que os gastos para conter os estragos já chegaram a 1,6 bilhão de dólares, os resultados das medidas adotadas são claramente insuficientes para resolver o problema. Congressistas acusam a empresa de negligência com aspectos de segurança (o que não é nenhuma surpresa), e o presidente Barack Obama decretou preventivamente uma moratória de seis meses (que foi cassada na justiça, e no momento encontra-se indefinida) impedindo a exploração de petróleo em águas profundas (o local do vazamento fica a 1500 metros de profundidade). Especula-se que acidentes de natureza semelhante possam ocorrer, uma vez que as medidas de segurança adotadas pelas petrolíferas não parecem assim tão confiáveis.
Os danos ambientais são incalculáveis. Os prejuízos econômicos soam como uma ferida incômoda em um corpo ainda convalescente dos efeitos da crise econômica, doença grave que afetou a saúde de países do mundo inteiro. E os EUA ainda se preocupam com sua situação energética, já que o petróleo (ainda) é uma das fontes de energia mais importantes do país, portanto uma diminuição da produção não interessa a ninguém.
A imprensa, que cobriu exaustivamente os desdobramentos do acidente no primeiro mês, passou a praticamente ignorar a existência de um contínuo vazamento de petróleo no mar, exceção feita a imprensa norte-americana, por motivos óbvios. Os holofotes estão todos voltados para a Copa do Mundo, este acontecimento mundial extremamente importante para os rumos de nossas vidas. Mais equilíbrio na elaboração das pautas, e nas escolhas do que é importante para o público não faria mal a ninguém, nem aos bolsos das empresas jornalísticas.
Para encerrar o post, uma demonstração de pessoas que queriam fazer algo pelo bem do meio ambiente:
Este show foi realizado em 1990, alguns meses após a catástrofe com o petroleiro Exxon Valdez. A banda no vídeo - O Midnight Oil – estacionou o caminhão na frente da sede da empresa em Nova York, para realizar um show protesto. Peter Garrett (ativista do Greenpeace) & Cia tocaram para uma pequena multidão que se aglomerou curiosa. Tempos depois a banda se dissolveu, e o líder Peter Garrett se elegeu deputado pelo partido verde australiano, estendendo o seu ativismo para as fileiras do Congresso.
“Now I'm trapped like a dog in a cage
Wherever the truth is pursued
It must be the curse of the age
What's taken is never renewed”
“Agora estou aprisionado como um cão em um canil
Sempre a verdade é perseguida
Isto deve ser a maldição dos tempos
O que está sendo tomado não será renovado”
Em 1990 isso já estava mais do que claro para os rapazes do Midnight Oil. Triste e irônico constatar que 20 anos depois ainda tem gente que não se preocupa.
Muito bom texto amor, é exatamente isso que discutimos mais cedo, a empresa só se preocupa em explorar, e não se preocupa em conter os vazamentos, e nem em alternativas pra quando esse tipo de desastre acontece.
ResponderExcluirEu assisti o vídeo do Midnight Oil, muito interessante, pena que por causa da copa muitos não se importaram com a questão.
Parabéns por tocar em um assunto tão importante.
Beijos amado Keke